quarta-feira, 11 de maio de 2016

Intolerância fomentada pela forma mental contemporânea

As palavras de Márcia Tiburi atentam para problemas atuais.

A ideologia neoliberal é terreno fértil no qual o fascismo vê ambiente propício para brotar. 

Enquanto nosso mundo não se orientar pelo imponderável, "perdendo tempo" com questões profundas, iremos nos degradar cada vez mais numa vida espiritualmente miserável que gera condições materialmente miseráveis - para os outros e, em última instância, para nós mesmos.



O aquecimento global está aí. Os riscos de uma ameaça nuclear, idem [vide Chomsky, James Hansen, Michael Lowy]. Nosso cotidiano foi invadido pela falta de ideais, de perspectivas, onde queremos gozar os pequenos prazeres viciantes dos shoppings, bares, academias, corpos, sensações, falatórios superficiais, garantia de empregos bem ou mal remunerados que nenhum progresso trazem ao nosso ser e a humanidade - muito menos ao planeta.

Mas nos ofendemos com as afirmativas acima. 

Para superarmos nossa miséria animal-humana devemos estar dispostos a ver a mais profunda (e triste) realidade consolidada pelo nosso ego físico-mental. Devemos ir no fundo do poço, onde estão nossas misérias, reconhecê-las e resgatá-las através de um questionamento profundo de nossos pré-conceitos, transformando-os em conceitos elaborados pelos mais altos valores filosóficos e por uma vida de equilíbrio e profundidade. 

Perdemos o contato com a verdadeira arte - o Cinema que propõe reflexão, por exemplo...ou a música que desperta sentimentos - e nos tornamos cada vez mais robóticos. A ciência e tecnologia não servem à evolução, e sim a interesses corporativos que explicitam o pior de nós: egoísmo, ganância e inveja.

Devemos rever nossos postulados e transcender nossas finalidades. Para isso é mister abrir o coração para o Sagrado, o místico, sem no entanto nos tornarmos fanáticos. É preciso superar a ciência atual, afirmando-a como necessária porém não suficiente. É preciso admitir que o capitalismo-neoliberal é incompatível com a sobrevivência da nossa espécie, e que esse desejo de satisfação tem muita facilidade em brotar e sair de controle. 

Nos tornamos monstros por muito pouco. Precisamos acordar interiormente e atuar eficazmente no meio externo. Mesmo que sem falar; mesmo que sem agir muito. Pois a atuação mais eficiente é aquela intensa, sincera e imperceptível, a princípio. Trata-se de um trabalho que extrapola os, limites da vida orgânica, e portanto que exige fé titânica e visão poderosa.

Compreenda-o quem o puder.

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