segunda-feira, 25 de abril de 2016

Para compreender o neoliberalismo além dos clichês

Esse artigo expõe o que eu venho colocando em pauta nesse espaço. Novamente digo: trata-se de uma ideologia - que não se auto-intitula como tal - que possivelmente levará a sociedade a uma regressão de proporções globais. Muitos passarão muito mal. Muitos morrerão. Muitos serão privados do mínimo num mundo que produz mais do que o suficiente para tudo e todos.

http://outraspalavras.net/capa/para-compreender-o-neoliberalismo-alem-dos-cliches/#comment-30719

Muitos já levam vidas sem sentido, pautadas por consumo crescente, relações ocas, conversas vazias. Falas que nada dizem; eventos que nada significam (na substância); projetos de vida contraditórios....Mas essas questões íntimas, profundas, vastas...são pouquíssimo tangenciadas. Nem sequer admitidas. E quando a coisa fica feia demais pra um grupo ou classe de certo poder, geralmente recorre-se a medidas desagregadoras sob vestes belas: perseguição de minorias, redução de benefícios, estratificação social, exclusão via psicológica, alienação no trabalho e consumo conspícuo,...Nada resolve, tudo piora. Por dentro e por fora.

Muito cuidado...Mais do que nunca precisamos de discernimento.

Quem vê o transformismo percebe: estamos diante da nova onda de ideologias. A mais recente (neoliberalismo) será a mais difícil de superar - pois ela não tem rosto, age anonimamente, e trabalha no nosso subconsciente, usando de nossos instintos mais basilares para nos ter como servos fiéis.

Descaracterização da política como ferramenta de organização coletiva, simplificação de conceitos, propagação de meias-verdades, exclusão psicológica lenta, firme e discreta,...tudo isso vem envenenando as pessoas.

Percebi que nos últimos 10 ou 15 anos o acesso a filmes alternativos, de qualidade, que dizem algo sobre nós, sobre a vida, sobre o sentido de tudo, vem decaindo. Fica cada vez mais difícil ter acesso a filmes com conteúdo transformador. Temos muitas opções. Mas muitas delas - cada vez mais -pouquíssimo ou nada dizem. No entanto eu percebo que existem cineastas fazendo filmes verdadeiramente belos, cujos personagens e conteúdos são imprescindíveis para nossa formação humana.

É realmente assustador se pararmos para pensar e ver à fundo. Não queremos ver a Realidade mais profunda - imponderável - porque a julgamos desconectada do nosso mundo superficial dos efeitos. Eis onde reside nossa miséria. 

Apostamos todas as fichas de nossa "salvação" numa vida "feliz", de "vencedores", de "consumo"...
E a partir daí estamos dizendo para nosso Deus imanente: "eu te nego! encontrei a solução...a minha solução, do meu ego luciférico!"

Quando iremos acordar em termos coletivos?

Transformismo é a chave. Precisamos vê-lo e senti-lo para que possamos compreender o que ocorre, porque ocorre. Agiremos na substância para alterar o curso nefasto ao qual nos lançamos ingenuamente há 40 anos - início da difusão da ideologia neoliberal.

É realmente momento de acoplar Reforma Íntima com Justiça Social.

Tempos maravilhosos esses! Cheios de possibilidades. Tanto de destruição quanto de salvação.

Que caminho iremos escolher não sei.

Mas pelo menos tem gente por aí tentando fazer o VERDADEIRO TRABALHO da melhor forma possível*.

Compreenda quem o puder.


* Noam Chomsky, Naomi Klein, Annie Leonard, Vladimir Safatle, Domenico De Masi, Vincent de Gaulejac, Leonardo Boff, Eduardo Marinho, Márcia Tiburi, Jean Wyllis, Guilherme Boulos, João Pedro Stédile, Luiza Erundina, Ladislau Dowbor, David Harvey, ...


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