sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A Lei de Deus

Vida é sofrimento. Sofrimento belo. Beleza sofrida. Vida é um processo interrupto e ininterrupto. Saltos e quedas. Períodos de estabilidade e tempestade. Dores e alegrias. Gritos, espasmos e incubações. É dinâmica.

Existe lógica em tudo. Mas descobrimos - individualmente e coletivamente - aos poucos o sentido da História. Tanto a nossa quanto a coletiva. São revelações sucessivas, que ocorrem à medida que vamos compreendendo o porquê das coisas e o mecanismo de funcionamento (o como) da vida. Desde a natureza infra-humana até o além. O porquê e o como: eis as chaves para o início da libertação dos ciclos de sofrimentos. Não falo nada de novo. Apenas reproduzo verdades milenares. Reproduzo sentindo que se trata de algo realmente sublime e prático.

Eu acho desagradável falar de mim, mas sou eu quem melhor me conheço. E quando falo de mim na verdade falo de você, leitor(a), de meu vizinho, de seu amigo, seu professor, dos estadistas, dos pesquisadores, dos artistas, dos excluídos, dos iludidos,...de tudo e de todos. Por que? Porque não falo sobre meu eu humano, minha pessoa com seu corpo e vícios e posses e títulos e histórico. Falo sobre as profundidades que sondam meu espírito - ou tento pelo menos. Tento captar a essência de cada momento.

Vida é transformação, superação.
Aniquilamento da forma velha,
Criação de forma nova. 
A vida é constatação, assimilação, maturação interior e eclosão exterior. São quatro fases de um ciclo que se repete indefinidamente. Esse ciclo é único em seu aspecto mais abstrato, e vai se multiplicando em uma miríade de ciclos à medida que vamos descendo ao campo prático, da vida real, concreta, necessária a tudo e todos.

1. Constatação
2. Assimilação
3. Maturação
4. Eclosão

Não existe melhor nem pior. Prática é vida. É necessária para a manutenção do mundo e para a assimilação de teorias consolidadas. É real. Teoria é abstração necessária para preparar terreno para novas práticas. É ideal.

Ideal sem Real é esmagamento no mundo.
Real sem Ideal é estagnação infernizante.

Ideal com Real pode ser bom se o Ideal guia o Real.

Real guiando Ideal é involução destrutiva.
Real ignorando Ideal é estagnação corrosiva.
Real seguindo Ideal é evolução construtiva.

Como eu dizia, a vida possui ciclos de 4 fases. São quartos necessários para o afloramento da consciência individual. Cada conclusão levará a um novo tipo de atuação - geralmente com alterações imperceptíveis.

A minha vida é igual a de todos - em sua essência. A sua vida é igual à minha - pelas mesmas razões. Nas multiplicidades nos diferenciamos. Mas devemos ver que o que realmente importa é saber partir do íntimo. Do profundo ao superficial conseguiremos guiar nossas vidas. Visando o longo prazo construímos solidamente. Orientação é uma palavra-chave. Devemos nos orientar na vida para que não sejamos presas das aparências coletivas. Isso não significa que a coletividade não tenha grandes verdades. Significa apenas que geralmente o menos interessante (e importante) das coletividades vem à tona. O cuidado é máximo.

Comecei esse blog sem saber o porquê dele. Nada planejei, nada ambicionei - continuo assim. Deixei a minha natureza se manifestar (o melhor dela!). O tempo passou e as idéias foram se desenvolvendo. Uma gerou outra. Destruições de conceitos antigos, refinamentos de outros e algumas gerações. É sobretudo o registro de experiências profundas.

O primeiro quarto de século de minha existência foi uma preparação para o que estava por vir. Até 2010 eu pouco (ou nada) sabia claramente sobre a finalidade da vida. Mas todos elementos já estavam presentes em meu Ser. Foram adquiridos inconscientemente. Falo de forma abstrata porque descer nas especificidades tende a descaracterizar a essência das coisas, desviando a atenção do que interessa e levando a cisões e julgamentos. 

Vida é busca ardente e sincera. É inquietação constante.
É superação da lógica atual para a gênese de super-lógicas.
O Ideal guia o Real.
Ao me formar comecei a trilhar um trajeto cuja finalidade desconhecia (e ainda não sei). Ao mesmo tempo, fazia tudo com a melhor intenção possível. E sofri com isso. Mas - não sei o porquê - perseverei. E o tempo passou, e os golpes vieram. 1 ano. 2 anos, 3 anos...Foi uma época intercalada por tensões e quedas. Eu não sabia, mas a cada tensionamento interior eu me voltava pra mim, absorvendo tudo sem recorrer aos artificialismos do mundo. Idem para as quedas. E com isso eu ia vivendo o dia-a-dia.

Depois de um tempo começaram a surgir alguns resultados surpreendentes. Fatos que eu julgava irrealizáveis tomavam forma. E eu agradecia a tudo e todos menos eu mesmo. Aquilo não tinha uma explicação dentro dos parâmetros da razão. Isso se deu em algumas esferas da vida. Era uma transformação que parecia ter surgido do nada. Só agora me dou conta de que ela estava esperando as condições e circunstâncias propícias para se manifestar. A mudança era eu. Era a vida. Era a vontade. Era a teimosia chata se transformando em perseverança intensa.

O último grande impacto veio há pouco mais de um ano.

Era algo tão esperado quanto inesperado.
Esperado da parte de meu espírito multimilenar.
Inesperado da parte de minha pessoa superficial histórica.

Isso gerou uma explosão de alívio e desespero simultâneo.
Eu não sabia o que fazer com aquilo. Era uma tensão demasiadamente grande para mim.

O tempo passou e comecei a interiorizar o impacto sofrido.
Diálogos, pensamentos, reflexões, discursos, textos, estudos,...

A vida continuou e o trabalho se intensificou.
Saíra do inferno para me ver num vazio eterno? Errara pra variar...

Mas...quem foi responsável? O Ego Luciférico ou o Logos Espiritual? Ambos agiram com intensidade. Ninguém sabia. O mundo não via nada. Mas eu sentia tudo. Tudo. Intensamente...

Esse é o dilema de todo ser humano que anseia pela ascensão.

E 2 meses passaram...

O primeiro e mais importante acontecimento elevou a minha vida afetiva às alturas.
Era felicidade num aspecto e tristeza noutro.
Não há opostos sem equilíbrio.

Restava rever as escrituras: quem conduz quem? Quem é elemento essencial, a ser valorizado e cultivado e vivido para estimular o elemento secundário? Eu sabia a resposta: era o afeto. O Logos. A intuição.

Os meses passaram...
Me resolvi parcialmente e sosseguei temporariamente.
Mas o problema material persistia.

Surge um sinal. Poucas chances, muita vontade - o que custa tentar?
Me lancei com todas as forças nos estudos, sem pensar no futuro nem no passado. Era tudo presente e vida. Era intensidade máxima causada por concentração no espaço-tempo. Era a Consciência e a Fé guiando a mente.

Fiz o que podia e os meses passavam. Prestes a completar um ano de golpe mortífero tomei conhecimento de seres fantásticos que vivem vidas fantásticas. Um Sábio chamado Eduardo Marinho que sentiu e viveu o espírito de Francisco de Assis. E a partir daí me dei conta de que só há um caminho para a Salvação: a libertação individual das coisas do mundo.

Um ano. Quarta-feira. Novembro.
Volto da aula e leio um email. Era a Salvação. O Destino. A consequência de uma trajetória sofrida mas sincera. Ambiciosa mas orientada. Ambiciosa para a elevação interior. Orientada para a atuação futura.

Percebi que forças mais sutis, incrivelmente poderosas, foram responsáveis pelo ocorrido. Me senti em dívida com o Alto. E consequentemente com a humanidade.

Tudo na vida tem função. Nada está num lugar sem finalidade. E eis que um novo ciclo começa. Com incertezas e durezas pela frente. Mas também com possibilidade ímpar de superações. Trata-se de uma jornada que não finaliza quando nos convencemos de um fim. Viver é luta constante. É ascensão. É criação. É despertamento.

De onde vem os milagres? 
Eles não vem, são causados.

Como nascem os anjos?
Com dor intensa. 

Qual a finalidade da vida?
Evoluir, evoluir, evoluir,...


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