sexta-feira, 10 de abril de 2015

EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA: COLETIVA-> INDIVIDUAL->UNIVERSAL

A humanidade se encontra num estágio de semi-consciência. Sua consciência individual está latente na grande maioria dos seres, enquanto em raros espécimes ela atingiu o nível consciente, e em expoentes ela atingiu a sua plenitude universal.

Huberto Rohden demonstra que nosso Ser se plenifica seguindo a seguinte sequência:

Semi-Consciência --> Consciência pessoal--> Pleni-Consciência


Nada mais a dizer...
A Semi-Consciência é consciência coletiva,
A Consciência pessoal é consciência individual,
A Pleni-Consciência é consciência universal.

A primeira é sensória-intelectiva,
A segunda é intelectiva-intuitiva,
A terceira é intuitiva-mística.

Na primeira seguimos o rebanho,
Na segunda seguimos nosso Ser,
Na terceira submetemos nosso Ser ao Todo sabendo que seremos infinitamente felizes com isso.

Se pararmos para pensar bem iremos nos dar conta de que não somos capazes de tomar decisões por conta própria. Nem crianças, nem adultos. Nem homens, nem mulheres. Nem diplomados, nem sem estudo. Nem religiosos, nem ateus. Nem esquerdistas, nem direitistas. Nem ricos, nem pobres...

Nos baseamos num grande banco de dados histórico individual ou coletivo, sendo que o primeiro, "individual", foi formado baseado em experiências coletivas vistas (pelos olhos) ou estudadas (livros) ou contadas (por parentes, amigos, mídia, professores ou redes sociais). Ou seja, pensamos baseados no que foi dito ser certo (ou errado) e/ou no que está na moda.

Clóvis de Barros Filho, professor de Ética na ECA-USP, certa vez, numa de suas aulas (ou palestras?) reportou um caso real, conduzido por um grupo de estudo sócio-psiquiátrico de uma instituição famosa, em que decidiu-se fazer um teste para medir o quanto a decisão coletiva afetava a nossa decisão pessoal. E os resultados foram impressionantes.

Huberto Rohden (1893-1981). Nem Dualista nem
Panteísta, e sim Monista. Apresentou o conceito
de Homem Cósmico, Integral, além do Bem e do Mal.
Além do Espírito e da Matéria. Obra universal,
tangenciando a essência de cada aspecto da vida. 
Cem pessoas de diversas etnias, classes sociais, profissões, orientação sexual, sexos, credos e meios, uma por vez, entraram numa sala com outras cem. Estas eram atores que deveriam responder conforme um gabarito fixo, enquanto aquela única estava realmente sendo avaliada e tinha a liberdade escolher. Detalhe: essa 1 pessoa (sendo testada) não sabia que as outras 99 eram atores. Foi-lhe dito que todas estavam submetidas ao mesmo teste.

Pois bem...na tela apareciam sempre cinco palitos: 4 curtos e iguais em comprimento e 1 longo, sendo a diferença entre o longo e os curtos evidente, de 2:1.

O público - ou melhor, o sujeito sendo avaliado - deveria indicar qual é o palito mais longo. Resposta evidentemente fácil...

Eis que os atores foram instruídos a escolherem, em sua maioria, um dos 4 palitos curtos ao invés do longo, sendo que a quantidade daqueles que deveriam apontar para a resposta certa era inferior a 10.

Depois dessa escolha, visível a todos, havia uma 2a rodada para que pudessem mudar de idéia (se quisessem) baseados no que eles quisessem (sua consciência ou seu meio...).

E o constatado foi o seguinte: os sujeitos testados, um a um, vendo que 90...92..86% apontavam um dos 4 palitos curtos como sendo o mais longo, ficavam confusos e inquietos. Mesmo percebendo que apenas um era maior....muito maior do que os outros. E se reviravam e contorciam e repensavam e questionavam a si e aos outros - num silêncio infernalmente barulhento.Tamanha obviedade e tantas incertezas.

Obviedade ao ouvir seu decisão pessoal, incerteza ao olhar a decisão coletiva.

E desses mil testados, mais de 98% (se não me engano)...de qualquer forma, uma IMENSA MAIORIA, acabou cedendo e optando por um dos palitos mais curtos, seguindo a opinião dominante, seguindo o rebanho. Apenas uma ínfima minoria manteve sua decisão e escolheu acertadamente.

O que esse experimento nos diz?

Ele constata que a humanidade não possui uma mentalidade individual - em sua grande maioria. 

Pensamos coletivamente por medo de nos sentirmos excluídos e desprezados. Podemos até chegar a seguir nossa íntima convicção, e viver de acordo com nossos valores pessoais respeitando o coletivo, mas ainda assim, num dado momento, seguimos a tendência coletiva contra nossa vontade, não questionando ou pouco o fazendo. Ás vezes por medo, outras por desorientação completa. Medo de perdermos reputação social, "amigos", (pseudo-)esposas ou (pseudo-)maridos, um emprego, um cargo,...E desorientação por não confiarmos em nosso Eu-Universal, cedendo às teorias já formuladas, incompletas, relativas e - em muitos casos - engessadas por uma máfia.

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temas do interesse de todos.
Explica, fascina, encanta e
convence. São setas apontadas
para o Infinito...
É compreensível - até certo ponto - o instinto de "seguir o rebanho". No entanto, pensar coletivamente até nos momentos mais íntimos e profundos, quando inexiste uma efetiva pressão econômica e social, se torna contraproducente e nos conduz a caminhos que no fundo sentimos que não são nossos. Daí o fato de que grande parte do mal que lhe vem acaba sendo de sua própria autoria. Porque acabamos submetendo projetos pessoais a pensamentos coletivos.

Observe à sua volta e faça um retrospecto histórico. Pergunte a si mesmo o porquê de você ir sempre naquele lugar, fazer isso, estudar aquilo, publicar e pensar de tal forma. Vá a fundo mesmo, sem pensar na "perda de tempo" ou em "não se machucar" (Sem Dor não há Salvação...). Reserve meia hora de um dia sossegado. Se desconecte da internet, celular, telefone,...E SINTA a realidade profunda que começará a aparecer diante de suas perguntas potentes e respostas sinceras. Poucos suportarão. Mas eu garanto que é o início de um processo de transformação ímpar do Ser - talvez o único...

Você se dará conta de que chegará numa rua sem saída. Um ponto final que não fecha o circuito de sua vida, da vida de seu colega, de seus familiares, de seu sistema de valores,...Faltou uma Orientação Universal. Um pensamento Integral, capaz de unir Matéria com Espírito; Bem com Mal; Sistema com Anti-Sistema; Amor com Ódio; Homem com Mulher; Causa com Efeito; O UNO do Infinito com os DIVERSOS dos finitos...

É muito difícil pensar por conta própria. Muito mais difícil é compreender a Realidade que permeia todos acontecimentos e rege toda forma de vida, formando um mosaico gloriosamente belo que não diz nem prova, mas revela e convence.

Um Mosaico que é amável quando sentido, temido enquanto buscado, e odiado quando ignorado.

A Consciência se dilata. Dói a cada expansão. Por isso deve haver um período - longo - de adaptação, seguindo de assimilação e uma posterior prática e exercitação da mesma. Assim, depois de um longo período, começa-se a preparar o próximo impulso - com suas dores mais profundas. Dor que deve ser suportada para se atingir um patamar mais livre e feliz.

Um sofrimento feliz é melhor do que do que um gozo infeliz...

Porque este estagna e ilude e machuca cada vez mais, você e o meio, periodicamente, exigindo doses cada vez maiores de recursos cada vez mais escassos. Enquanto aquele clareia e eleva e purifica e ajuda no longo prazo - exigindo apenas vontade sincera e retribuindo com o infinito da Vida, tornando o Ser menos dependente dos finitos da existência.

É O caminho.

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PS: Acho importante deixar claro que nem o coletivo nem o pessoal são problemas em si. Um sistema de bem-estar coletivo é melhor do que outro que eclipsa as necessidades de grande parcela da população, gerando um bem-estar individual ou de elite - que geralmente não progride ela mesma nem permite aos outros ascenderem. Da mesma forma, quando se massifica um conceito já aceito, uma verdade percebida como a última, - mas muito longe disso - e impõe-se uma forma de pensar coletiva sobre as mentes, o próprio progresso coletivo retarda e o pensamento individual sofre com represálias. Tudo depende do contexto, da finalidade e da sensibilidade.
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