segunda-feira, 2 de junho de 2014

O PRÓXIMO PASSO

Estamos diante de uma era de incertezas. Sim, claro. Nós sempre passamos por épocas assim. No entanto, sempre era possível perceber que diante da queda de um modelo (de comportamento, político, científico, entre outros), outro estava em gestação.

Acredito que pela primeira vez nos vemos diante de uma situação que aparenta ser um beco sem saída. Pelo menos para aqueles que sempre apostaram na (aparentemente) boa e velha fórmula: siga as fórmulas consolidadas que você não terá problemas.

Muitas personalidades ilustres acreditavam que a tecnologia seria capaz de resolver os problemas mais substanciais do ser humano. Ela faria todos felizes, pensávamos – boa parcela das pessoas ainda acredita nessa fórmula. E aqueles que estão descrentes se vêem diante de um abismo aparentemente intransponível: sentem um vazio profundo cuja causa desconhecem. E numa sociedade falocêntrica e materialista como a nossa, naturalmente se vêem envergonhadas e temerosas em admitir isso. Mas ao mesmo tempo essas pessoas são, em sua maioria, incapazes de vislumbrar algo além do estado presente, tanto no mundo coletivo quanto no individual. Logo, nada melhor do que seguir a velha e boa fórmula. Certo? Acho que não...



Seguir uma receita imposta ao longo dos anos por mera comodidade é admitir que a nossa natureza individual está equivocada. É a negação do nosso Ser espiritual. Quando isso acontece, impomos algo (uma ideia, um modo de vida, uma opinião) que vem de fora sem a filtragem adequada. Internalizamos sentimentos que não temos, enterrando os verdadeiros. E deixamos nossa essência tão soterrada em nossa psique que deixamos de saber quem realmente somos. E consequentemente o que desejamos. Em suma, nos desorientamos.

Eu não acredito que seja possível resolver o problema coletivo da humanidade sem antes resolver o problema individual.

O que quero dizer com isso?

Quero dizer o seguinte: se você percebe que o modo como as coisas funcionam no ambiente (seu planeta, país, comunidade, grupo, classe, etc) estão em descompasso com sua natureza, ao invés de se desgastar tentando mostrar aos outros que tudo pode ser muito melhor (ou mais decente), procure agir – sempre que possível – de acordo com seu Ser. VIVA O SEU IDEAL. Se ele for realmente uma alternativa universal, ele te propiciará alimento e distração espiritual eternamente. E o entorno, ao longo dos anos (muitos anos...) perceberá essa força e passará a se aproximar de sua pessoa.
Para compreender;
para apreender;
para aprender;
para vivenciar;
para evoluir.

Com uma postura firme e determinada – ousada – é provável que algumas pessoas com sensibilidade relativamente desenvolvida passem a se aproximar, desejosas de saber o porquê daquelas atitudes. A partir daí, abre-se um horizonte de oportunidades que, se bem conduzido, permitirá ao ser diferenciado expor sua visão de mundo. Esse processo é lento e demanda uma boa dose de energia aliada à vontade. Portanto, o único modo de se obter sucesso com esse modo de vida é ACREDITAR nas suas idéias – sem no entanto impô-las.

Uma vez que estejamos firmes e convictos de que (quase) tudo neste mundo pode (e deve!) ser melhor, teremos segurança ao imprimir nossas idéias. Eu diria que a determinação em defendê-las é proporcional ao grau de conscientização atingido.

Como eu dizia, a resolução do problema coletivo deve passar pelo problema do indivíduo. O autoconhecimento levará as pessoas a adquirirem uma orientação adequada na vida [O que eu quero? Por que? Isso é realmente importante? E aquilo é tão inútil? Ele é chato mesmo? Ela é tão má quanto dizem? Ele é tão bondoso como propagam?...].

Problemas que envolvem uma rede de entidades inter-relacionadas entre si (a Terra, por exemplo) são insolúveis à primeira vista. Mas após reformarmos nossa mentalidade – e à medida que adquirimos experiência com aos erros – começam a ser esboçadas inconscientemente, em nossa mente, possibilidades. Uma vez germinadas, essas possibilidades devem ser trabalhadas com o intuito de aumentarmos a probabilidade de termos SOLUÇÕES para os problemas do presente.

Em suma, não devemos temer ou nos arrepender pela escolha de um novo caminho. Ele provavelmente será doloroso e levará a uma série de erros. Mas – novamente – o fato de estarmos interligados pode explicar os fracassos pontuais, onde pessoas que já se conscientizaram e ousaram aplicar novas formas de vida foram rechaçadas pela inércia da maioria, que se autodesigna sensata. E que (ainda) crê que a única alternativa para as crises é aplicar as velhas fórmulas.

Fórmulas que a meu ver não mais se adequam ao Ser humano do Século XXI.


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