segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sputnik: um evento do tamanho do mundo

4 de Outubro de 1957.

Unidade de Testes de Foguetes da União Soviética.
(mais conhecido como Cosmódromo de Baikonur)

Um foguete – o Foguete Sputnik – de dois estágios, 19 metros de altura e 137 toneladas de massa (com combustível), movido a oxigênio líquido e querosene foi lançado*.

O sistema de controle do Foguete Sputnik foi ajustado para uma órbita elíptica com perigeu de 223 km e apogeu de 1.450 km, com período de 101,5 minutos. Esses parâmetros foram calculados por Georgi Grechko*.

Agora eu, aqui em casa, nascido quase 28 anos depois desse evento memorável, me ponho a imaginar quão envolvente deve ter sido o lançamento desse foguete, que colocou em órbita um aparato feito pela nossa espécie. Um aparato...um satélite. Cheio de tecnologia. Cuja função era transmitir sinais de rádio capturáveis por qualquer radioamador. Ele enviava bips (bip bip bip...). Uma nova Era começava a florescer.

Sputinik: o primeiro satélite artificial.
O Sputnik provou que era possível colocar um artefato em órbita, e que este artefato era capaz de cumprir uma missão. Ou seja, ser útil para nós aqui em baixo.

Você sabe como É COMPLICADO colocar um satélite em órbita???
E mantê-lo lá em cima, operando, em condições ALTAMENTE HOSTIS? Sim, hostis: extremos de temperatura (-200 a 300 graus...ou coisa assim); velocidades da ordem de 28.000 km/h (daria pra chegar na China em meia hora); nenhuma atmosfera; nenhuma parada para reparos. Só o Espaço. Todo Universo mais perto. E o impacto com alguma partícula seria o fim. E um desvio de trajetória poderia acabar com sua missão. E a falha das baterias impossibilitaria os bips. E milhares de outros detalhes importantes. Experimente esses extremos de temperatura e velocidades. Experimente criar uma máquina capaz de resistir a eles e transmitir informações. Experimente calcular uma trajetória elíptica desse tipo teoricamente, no papel, considerando as massas, as trajetórias, os arrastos aerodinâmicos, a variação de massa, o impacto da separação dos estágios, a variação da força gravitacional, a geometria, os ângulos, a estabilização depois de sair da atmosfera. E etc. Experimente.

Então o que eu quero dizer é que esse foi um evento MUITO IMPACTANTE sim. A ponto de merecer uma dedicatória aqui. Especialmente porque eu realmente acho legal toda essas coisas de Espaço e foguetes e satélites e Universo e vontade sobre-humana.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, os EUA e sua população viram o evento como algo pavoroso. Exceto aqueles que viam o verdadeira significado daquilo tudo: progresso da ciência. O uso de tecnologia de ponta para gerar bem estar a todos.

É claro que Nikita Kruschev e seu partido estavam muito mais preocupados em propagar o evento com a finalidade de mostrar ao mundo que esse lançamento significava o sucesso do seu povo e seu regime e tudo mais. Não se tratava disso. O que realmente importava eram os frutos que esse sucesso científico traria para a área espacial.

No final das contas o Sputnik – aliado ao voo de Yuri Gagárin – estimulou os EUA a iniciarem o seu programa espacial, criando a NASA (Agência Espacial Norte-Americana) e investindo nas tecnologias espaciais. Muitas descobertas foram repassadas para a sociedade. E essa é a maior função dessa área: melhorar nossa qualidade de vida.

E também fascinar mentes humanas.

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